25.7.13

Cães-soldados da unidade de elite que matou Osama Bin Laden



A coisa não é brincadeira: quando o presidente Barack Obama fez uma visita à unidade militar de Fort Campbell, no Estado de Kentucky, para cumprimentar o comando especial da Marinha dos Estados Unidos que havia localizado e matado, a 2 de maio de 2011, o terrorista-mor Osama Bin Laden em Abbottabad, no Paquistão, apenas um dos 81 integrantes do supersecreto grupo das forças especiais SEAL foi identificado pelo nome. Ele se chama Cairo e é um cã0-soldado. Cairo, como a maioria dos outros cães que integram o grupo de elite SEAL (acrônimo, em inglês, para uma unidade que combate em mar, ar e terra) é um cão-pastor belga, da variedade Malinois (existem três outras).

Os Malinois são muito semelhantes aos pastores alemães, os Schäferhund, mas menores, mais sólidos e compactos — um macho adulto pesa em média 30 quilos, ao passo que os pastores alemães podem passar dos 40. Os pastores alemães continuam sendo muito utilizados como cães de guerra pelas Forças Armadas dos Estados Unidos — há 2.800 cães de diferentes raças em atividade, sendo que 600 estacionados no Afeganistão e no Iraque –, mas os belgas, por combinarem tamanho a agilidade, velocidade e força física, são considerados mais adequados para as dificílimas missões de que são encarregados os comandos do SEAL, que incluem desafios como saltos de paraquedas, descida por corredeiras de rios, escaladas em despenhadeiros, revista em cavernas e, naturalmente, perseguição a inimigos armados.

 Os cães de guerra do SEAL, tidos como animais com grande capacidade de aprendizado, recebem intenso adestramento por especialistas, que inclui permanentes técnicas de motivação, e são tidos como coadjuvantes importantes do trabalho dos militares. Com um olfato 40 vezes mais apurado do que o dos seres humanos e capazes de atingir uma velocidade duas vezes maior do que a de um militar em grande forma física, os pastores belgas são treinados para detectar e localizar itens como explosivos, materiais perigosos, alimentos envenenados e, claro, pessoas.

O treinamento inclui mergulhos e saltos de paraquedas. Quando em ação, os cães-soldados levam uma espécie de traje-colete flexível de kevlar, resistente a tiros de vários calibres, e equipado com artefatos para uso eventual dos soldados (como telefone portátil via satélite reserva) e também os próprios para os cães, como câmaras de vídeo que os tornam capazes de, entrando antes em zonas perigosas, mostrar aos comandos o que virá pela pela frente. Outro equipamento dos cachorros são os doggles (mistura das palavras “cão” e “óculos” em inglês) – óculos especialmente feitos para eles, com visão noturna e tecnologia de raios infravermelhos que os permite distinguir e reconhecer, pelo calor, uma silhueta humana mesmo através de paredes de concreto. Para os saltos de paraquedas, os cães-soldados usam máscara de oxigênio e um traje protetor especial.

Um dos cães, Cara, detém junto com seu instrutor, Mike Forsythe, o recorde mundial de salto de paraquedas homem-cão: os dois pularam de uma altitude superior a 30.200 pés (9,2 quilômetros) — a mesma em que voam jatos de carreira. Um comentarista de assuntos militares que escreveu sobre os pastores belgas soldados afirmou que são “cães fiéis, sem medo de nada e ferozes — incrivelmente assustadores e eficientes ao atacar”.

Quanto o comando do SEAL desceu de helicópteros Black Hawk invisíveis a radares dentro do terreno onde ficava a casa-fortaleza de Bin Laden no Paquistão, o cão Cairo foi um dos primeiros a sair. São mantidas sob sigilo informações sobre o papel que teve o cão-soldado na operação, embora se saiba que ele utilizava o traje especial de kevlar superequipado, cujo custo por unidade é de 21.500 dólares (mais de 47 mil reais).







FONTE: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/vasto-mundo/impressionante-um-desses-caes-soldados-participou-do-comando-da-marinha-dos-eua-que-matou-o-terrorista-osama-bin-laden/